O Fim do Mundo - Parte 1

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Oi pessoal! :) Esse vai ser o meu primeiro post "oficial". Decidi que vou falar um pouco sobre os destinos que conheci neste ano que passou (está passando, na verdade, e bem rápido!), e esse foi o primeiro deles, ainda em Janeiro - e, honestamente, uma das viagens mais incríveis que eu já tive oportunidade de fazer! Então, vamos conhecer a Patagônia comigo?

Mapa da região conhecida como "Patagônia", no extremo sul da América


Normalmente, acompanho grupos para a Europa. Então, qualquer destino fora do velho mundo me empolga mais do que o normal! Eu não sabia o que esperar da Patagônia. Já conhecia o Chile (Santiago e a Região dos Lagos Andinos - ambos valem muito a pena!) e a Argentina (só Buenos Aires e Mendonza, infelizmente, porque ô país bonito, hein?), e não fazia a menor ideia de que a região abrangia ambos os países. Afinal, no meu raso conhecimento geral sobre o famoso "fim do mundo", ele abrangia apenas a cidade de Ushuaia, que fica na Argentina. Confesso que não entendi nada quando vi que o roteiro começaria pela própria Santiago.

Na verdade, a Patagônia é a região que abrange toda a parte sul da cordilheira dos Andes - que fica na costa do Oceano Pacífico - e as terras ao leste dela, até o Oceano Atlântico. Essas terras são uma mistura esquisita de deserto gelado, estepes e pradarias. Quando eu digo esquisita, é porque são quilômetros e quilômetros de vazio. Uma parte desta terra é utilizada para a pecuária (ovinos, em sua grande maioria); a agricultura é coisa rara e, seres humanos, ainda mais. Aliás, essa é uma das belezas do roteiro: você não vê muita gente.

Uma informação que o Google poderia dar para vocês, mas que eu queria compartilhar mesmo assim! O nome Patagônia foi dado por Fernando de Magalhães, o conquistador português que, numa expedição espanhola (esses países tinham um caso de amor na época) foi quem "descobriu" a região mais ao sul do Novo Mundo. "Descobriu" porque, como bem sabemos, as terras já estavam habitadas por indígenas, que ele - europeu baixinho e mirrado, como todos na época - considerou gigantes. Os índios da tribo Tenuelches eram muito mais altos e bonitões que os exploradores, e impressionaram a todos com seus pés gigantes. Patas gigantes. Patagón. Faz sentido, não? A Patagônia era a terra daqueles que tinham pés grandes!

(Fernando Magalhães viveu nos anos 1500 e estava bastante confuso por causa do vinho azedo durante a longa expedição. Ele dizia que os patagón tinham por volta de 3 a 4 metros de altura. Muito depois, foi comprovado que os Tenuelches eram sim, bem mais altos que os europeus, que mediam cerca de 1,60m/1,70m em toda sua glória - eu tenho 1,58m, então, estaria no lucro - mas que o mais alto deveria medir 1,90m. Enfim.)

Puerto Varas, Puerto Montt e a Ilha de Chiloé

Santiago foi apenas uma porta de entrada para a viagem. A capital chilena não faz parte da Patagônia, mas é um dos acessos a partir do Brasil - não existem voos diretos para as cidades patagonas, infelizmente! Depois de passarmos uma noite ali, viajamos de avião para o sul do Chile/norte da Patagônia, para a linda cidade de Puerto Varas, que fica aos pés do lago Llanquihue e do Vulcão Osorno.

Vista do meu quarto de hotel para o lago e o vulcão

A cidade de Puerto Varas também pertence a região dos Lagos Andinos, e está pertinho de Bariloche! Fiquei encantada com a qualidade de vida desse lugar. Parece um conto de fadas, é tão pequenininha. Eles utilizam o Llanquihue para praticamente tudo, inclusive como praia naquela época do ano (era verão, sim, mas não se deixe enganar, mais ao sul ficou beeem frio!). O que mais me encantou durante esta parte da viagem foi a quantidade de tons de azul que eu podia encontrar em todos os cantos. É a minha cor preferida, e Puerto Varas deu um show nos tons, como você pode ver pela foto acima.

Puerto Varas fica próxima de Puerto Montt, uma cidade chilena que já é considerada "grande" para os padrões do país, onde fica também o aeroporto. Aeroporto no qual eu fui - acreditem se quiserem - furtada! Sim, roubaram meu telefone. Tudo bem, eu fui bastante desatenta com ele e provavelmente mereci. Só percebi quando já estava em Puerto Varas. A viagem entre ambas as cidades dura em torno de meia hora. 

Puerto Montt - uma das primeiras fotos que eu tirei com o meu 5C chileno :D

Puerto Montt é uma cidade bastante agitada, tem grandes shoppings, alguns cassinos e o mais importante para mim, naquele momento! Uma loja da Apple. Desesperada porque não poderia falar com meus amigos durante a viagem ou tirar fotos, eu peguei um ônibus safado que custava três pesos chilenos ($3) e corri até Puerto Montt para comprar um novo. Paguei provavelmente muito menos do que pagaria no Brasil, no iPhone 5C mais barato que tinha. E com ele iniciei a jornada das melhores fotos que tiraria na vida, até comprar uma câmera decente (vão aguardando, ainda compro uma).

Um fato curioso: na viagem de volta a Puerto Varas (mais $3), na rodoviária, um vendedor de cerejas (cerejas e morangos são frutas típicas da região do Llanquihue) que já estava no final de seu expediente me ofereceu um pacotão de cerejas de graça, para que elas não estragassem. As pessoas no Chile são sempre muito amáveis! Ignorando tudo que aprendi sobre não aceitar doces de estranhos, comi as cerejas todinhas. Estavam uma delícia! Existe uma cidadezinha ali perto chamada Frutillar - eu não tive a oportunidade de conhecer, mas sei que fazem um lindo festival durante a colheita dos morangos. Fica a dica!

Ali em Puerto Varas tive a base para visitar duas atrações muito interessantes: o Rio Petrohue, que liga o Llanquihue ao Lago de Todos Los Santos e o Lago Esmeralda, tendo o Vulcão Osorno sempre presente; e a Ilha de Chiloé, no Pacífico, onde os habitantes ainda seguem tradições indígenas. O Rio Petrohue é uma importante fonte de renda para os moradores daquela região, principalmente pela presença dos mais variados tipos de salmão! Dá para pensar qual que é a comida típica, né? Olhem as fotos destes lugares incríveis! Tive bastante sorte com o sol nessa parte da viagem.


First, let me take a selfie!



Lago Esmeralda



Vista de cima do Vulcão Osorno, e o Lago Llanquihue abaixo


O luar maravilhoso sobre o Lago Llanquihue

Canal de Chacao no caminho à Ilha de Chiloé


Casinhas coloridas na cidade de Ancud, em Chiloé.


"Mercadão" de Ancud, na Ilha de Chiloé

Forte San Antonio, em Ancud, construído pelos espanhóis para proteger as terras chilenas, quando ainda eram suas.

Em breve vou fazer a segunda parte da série da Patagônia (melhor de três, acho) e falar sobre Punta Arenas, o Parque Torres Del Payne, El Calafate e, finalmente, a famosa Ushuaia!

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Um comentário:

  1. Finalmente sei algo sobre a Patagonia que não seja, "yeap, faz frio". <3

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