Lá... E de volta outra vez!

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3 Comments
Oi pessoal! Quanto tempo! Sei que o blog permaneceu paradinho por uns meses, mas isso aconteceu por alguns motivos técnicos que talvez nem venham ao caso (mudei de PC, o dólar está alto, etc). De qualquer jeito, não desisti dele! Estou aqui novamente e vou fazer outra série de posts que acaba – sem querer, juro – falando muito sobre Londres (assunto do meu último post, que você lê aqui).

Acabei de voltar de uma viagem pelo Reino Unido à passeio, acompanhada por um dos meus melhores amigos (o Matheus – grande parte das fotos desse post é de autoria dele), que está morando em Galway, na Irlanda. A última vez que tinha visitado a terra da Rainha foi em 2013, e alguns lugares eu queria muito rever porque me falhavam à memória. Então vou contar um pouquinho para vocês de como foi a viagem – e algumas curiosidades sobre o caminho que percorremos. A série de posts está dividida em quatro! Vamos começar então?


Deus salve a Rainha!


INGLATERRA, REINO UNIDO, GRÃ-BRETANHA, HÃ?



Essa confusão é muito comum entre nós brasileiros - acho que entre todo mundo, na verdade. Às vezes chamamos o Reino Unido de Inglaterra ou a Inglaterra de Grã-Bretanha, mas pera aí, tem a Escócia, e que diabos “País de Gales”? Porque o Príncipe Harry não casa comigo? Acho que essa é uma das coisas mais confusas dessa regiãozinha do mundo que eu tanto amo. 

O “Reino Unido” (United Kingdom) é uma coisa só, um reino (duh) exercendo soberania sobre alguns Estados diferentes, sendo eles a Inglaterra, a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte. Isso significa que esses Estados, muito embora sob parlamentos basicamente independentes, respondem ao comando de sua Chefe de Estado, a Rainha Elizabeth II da casa de Windsor. Ela é a dona do negócio todo. Mas desde 1215 que a família real não apita tanto quanto você pensa que apitaria. Vou falar mais sobre isso na parte que eu falar sobre a Magna Carta que fui visitar em Londres (chorando). 

Mas e a Grã-Bretanha? Bom, esse é o nome de uma das ilhas britânicas (a maior da Europa, nona maior do mundo) onde estão a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales. É complicado porque nos referimos aos cidadãos do Reino Unido como britânicos no geral, nos referindo à ilha, mas quem mora na Irlanda do Norte também é considerado britânico e não está na Grã-Bretanha. Ele está na Irlanda, a segunda maior das ilhas britânicas. Confuso? 

Então:

  • Reino Unido: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
  • Grã-Bretanha: a maior das ilhas britânicas, localização geográfica da Inglaterra, Escócia e País de Gales.
  • Irlanda: a segunda maior ilha britânica, localização geográfica da Irlanda do Norte (faz parte do Reino Unido) e da República da Irlanda (que não faz parte do Reino Unido!!!)
  • Britânicos: cidadãos do Reino Unido. Aí podemos subdividir em ingleses, escoceses, galeses, e irlandeses (do norte. bem. história complicada.) 
A única coisa que eu não consigo esclarecer é porque ainda não casei com o Príncipe Harry! :D Ah, olha um detalhe legal sobre a bandeira do Reino Unido (mudou minha vida quando eu descobri):

Não é legal? :D



LONDRES 1.0


Meu voo era de São Paulo para Londres com conexão em Frankfurt. Cheguei no aeroporto alemão e vocês não acreditam – a conexão atrasou quase duas horas! Imagine só, um voo britânico atrasado na Alemanha, e a brasileira aqui super pontual? O mundo já não é o mesmo. Mas tenho certeza que numa reunião extraordinária, a Rainha Elizabeth e a chanceler Angela Merkel resolveram a questão, e finalmente o voo saiu.

Brincadeiras à parte, cheguei em Londres via Heathrow, como de costume para quem viaja de fora da Europa. Sem grandes problemas na imigração, descobri que meu Oyster Card ainda estava cheio da última vez que visitei minha cidade preferida e peguei a linha azul – Picadilly Line – até a estação próxima ao albergue que me hospedaria.

É, albergue. Viajar sem ser à trabalho não é barato, gente, especialmente em Londres, que eu tenho certeza que é uma das cidades mais caras do mundo. Eu costumava ficar bastante em albergues quando morei na Alemanha, mas perdi o hábito conforme foi passando o tempo. A experiência é bastante diferente da de um hotel, mas dá para aguentar enquanto você é jovem. O banheiro dividido acho que é sempre o maior problema.

Mas o albergue que eu e o Matheus achamos era bom. Bastante limpo e numa localização especial (o bairro de Kensington). O pessoal que trabalhava lá também era muito gente boa. Bom, no primeiro dia apenas matei a saudade do meu melhor amigo e ficamos por ali por perto mesmo. Comemos num lugar chamado Nando’s (uma espécie de churrascaria portuguesa de frango que é genial, eu já conhecia da outra vez) e só botamos o papo em dia.

No dia seguinte, rapidamente, fizemos o roteiro obrigatório de Londres para qualquer turista: a City of Westminster com o belíssimo parlamento, a torre Elizabeth II que é casa do sino Big Ben e a London Eye (a roda gigante). Tiramos algumas fotos perto do Tâmisa, o dia estava bem lindo.

Mais tarde eu tive a oportunidade de retornar no estúdio do Harry Potter, na Warner Bros. em Watford. Ainda vou fazer um post exclusivo para ele porque Harry Potter é a coisa mais importante da minha vida basicamente, então vocês merecem saber.

O Parlamento, a Torre Elizabeth II (e o Big Ben dentro dela) e a ponte Westminster (:


TATE BRITAIN & BRITISH MUSEUM


As visitas mais interessantes na minha opinião, ou pelo menos que eram novidade, aconteceram no nosso terceiro e último dia em Londres. O Matheus é apaixonado por história, bem como eu, e por arte também (sou meio ambivalente nesse assunto), então me arrastou para dois museus: o Tate Britain (que – atenção – não é o famoso Tate Modern) e o British Museum (que sempre visitamos nas excursões da Horizontes).

(só uma curiosidade: existem muitos museus no Reino Unido com o nome Tate; isso porque são mantidos pela fundação homônima!) 

O Tate Britain me chamou a atenção por ser um prédio muito bonito, mais afastado do centro turístico, e ele guarda apenas peças de artistas britânicos. Estava bastante vazio. Dentre as atrações desse museu, os quadros pré-rafaelitas “Ophelia” de John Everett Mallais e a “Dama de Shallot” de John Williams Waterhouse se destacavam. Havia também uma exposição do processo de criação do estilista recentemente falecido, Alexander McQueen.

a carinha do Tate Britain (:
O British Museum é uma parada obrigatória para qualquer pessoa que vá a Londres. O que mais me impressiona sem dúvida é a extensa coleção dos frisos originais do Parthenon de Atenas, na Grécia. Sim, sim, a maioria das coisas ali foi roubada durante os anos dourados do Império Britânico, mas pelo menos estão bastante bem conservadas, muito provavelmente melhores do que estariam em seus locais de origem. Outra atração imperdível é a Pedra Rosetta, um tratado antigo escrito em várias línguas, que possibilitou a decodificação dos hieróglifos egípcios. É realmente sensacional. O museu é tão grande que eu imagino que precisaríamos de mais uns cinco dias para ver tudo. Talvez mais. Enfim, aos aficionados por História, é uma parada obrigatória!

um artista reproduzindo os frisos do Pathernon no British Museum!

Acho importante lembrar que a maior parte dos museus de história e arte em Londres são gratuitos. Isso mesmo, você não paga nada! Algumas exposições são pagas – mas os preços não são tão altos, dependendo do seu interesse. Bem, cultura nunca é demais né? Ainda mais de graça!

OS MERCADOS DE CAMDEN


Foi a segunda vez que eu visitei a famosa Camden Town e seus mercados à beira do Regent Canal (um canal do rio Tâmisa), estabelecidos desde 1975. Passamos a maior parte do tempo no Camden Lock (um dos mercados – da outra vez, em 2013, passei mais tempo no Stables Market) – onde descobrimos uma feira gastronômica que vendia até mesmo brigadeiro!

O atrativo principal de Camden Town com certeza é a sua herança punk-rock e alternativa. Há uma porção de brechós, lojas de discos e instrumentos musicais e estúdios de tatuagem. Não é o lugar para comprar roupa de trabalho, mas se você quer uma camiseta gótica que brilha no escuro conforme a música, bem, você encontra uma porção de modelos.

Os mercados são realmente bastante movimentados e frequentados por turistas, mas um bocado de jovens londrinos de cabelos coloridos e meias-calças rasgadas também aproveitam. A paisagem é meio industrial, uma coisa diferente do que encontramos na Londres do circuito turístico principal.

Mas nem só de lojas e artesanato vive o distrito – como eu disse, sua herança musical é uma das coisas que mais atrai as pessoas. Grupos como Pink Floyd, The Doors e Soft Machine tocaram por ali muito antes de virarem ícones. Camden tem esse gostinho de ter sido palco de um importante período do desenvolvimento da música britânica – e você consegue observar isso em todos os cantinhos.

Eu e o Matheus não ficamos muito tempo no Camden Lock – apenas o suficiente para tirarmos umas fotos e, claro, comermos o autointitulado sorvete mais famoso de Londres – no Chin Chin Labs. O Brown-Wich, carro chefe da casa, é uma bola enorme de sorvete artesanal de baunilha no meio de dois biscoitos feitos de massa de brownie de chocolate. Sensacional!

O Regent Canal em Camden! Paisagem diferente (:
CITY OF LONDON E SOUTHWARK

Pegando a Northern Line do metrô, nos mandamos para o outro lado da cidade, na região conhecida como City of London. Sim, a "Cidade de Londres" pertence à cidade de Londres (!), como uma cidade dentro da outra, e isso tudo é meio confuso e será explicado no último post dessa leva. Enfim, essa região é particularmente interessante porque é o ponto mais antigo de Londres – mas hoje em dia, funciona como seu centro financeiro, e prédios cada vez mais modernos são construídos para destoar com a paisagem medieval.

Um desses prédios é o The Shard, um arranha-céu de noventa e cinco andares que poderia facilmente pertencer a Dubai (bom, para ser justa, ele pertence quase totalmente ao Estado de Qatar). A construção do maior prédio da União Europeia foi bastante controversa e dividiu a opinião dos londrinos. Para todos os efeitos, ele agora faz parte da linha do horizonte nas fotos da Tower Bridge. Na minha opinião, ficou bem bonito.

Você pode subir no Shard se quiser – mas custa algumas libras (se não me engano, £20-£25). A experiência deve ser assustadora e incrível. Dessa vez em particular, eu e o Matheus resolvemos não arriscar. Mas você sabe como é, dizem que em certos lugares você sempre deve deixar de fazer alguma coisa, para sentir vontade de voltar ;)

a Tower Bridge e o Shard ao fundo. Encontro do velho com o novo!

Deixo aqui algumas das minhas fotos preferidas desses primeiros dias da viagem que fiz pelo Reino Unido. Espero que vocês curtam, me perdoem pelo sumiço e que estejam por aqui no próximo post, quando eu falarei sobre o belíssimo (e tão britânico) Yorkshire.

PS: tentei arrumar o que impedia todo mundo de comentar no blog. Vamos ver se deu certo! Se você não tiver uma Google Account, pode agora comentar como anônimo ou na opção Nome/URL. Comenta aí e me diz se funcionou?

RECOMENDAÇÕES DE LONDRES: clique aqui (organizei as do outro post com as recomendações novas, vou atualizando conforme for!).



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3 comentários:

  1. Adorei as informações. Aqui no blog a gente conhece um pouco da história da autora e aprende história, geografia e turismo! :)

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  2. Uai, amei essa sua primeira parte dessa viagem cultural com requintes de detalhes!

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